Na tarde de ontem, o ex governador do Distrito Federal Paulo Octávio prestou depoimento na Divisão Especial de Repressão ao Crime Organizado (Deco). Ele foi ouvido durante 2h30. Ele foi chamado à delegacia logo após a Operação Átrio ser deflagrada na manhã desta quinta-feira. O empresário foi chamado para depor na condição de testemunha. Ele chegou a Deco acompanhado do advogado.
Depois de ser ouvido, a situação de Paulo Octávio inverteu e ele agora é investigado. Em seu escritório, ele disse que foi interrogado como testemunha sobre as denúncias na liberação de alvarás. O empresário afirma que irá colaborar com a polícia.
A OPERAÇÃO
Na manhã desta quinta-feira, o administrador de Águas Claras, Carlos Sidney de Oliveira, foi detido. A ação - conhecida como Operação Àtrio - investiga suspeitas de corrupção nas administrações regionais de Taguatinga e Águas Claras. Carlos Alberto Jales, administrador de Taguatinga, também suspeito, ainda não foi localizado.
Segundo informações da Divisão Especial de Repressão ao Crime Organizado (DECO), os administradores são supeitos de cobrar propina a empresários para liberação de alvarás de funcionamento e construção de estabelecimentos comerciais. Na operação, empresários foram intimados a esclarecer os casos em depoimento, entre eles, o ex-vice governador Paulo Octávio, que também não foi localizado.
Ao todo, são 12 mandados de busca e apreensão. No caso de Paulo Octávio, foram três: dois em escritórios e um na casa do ex-governador. O advogado de Paulo, Carlos Eduardo de Almeida Castro, informou que ele está em Brasília e deve prestar esclarecimentos ainda nesta tarde. De acordo com o diretor da PCDF, Jorve Xavier, "Paulo Octavio não deveria ter o nome divulgado ainda", porque não há provas suficientes de que ele participa do crime.
Ainda segundo Xavier, o administrador de Taguatinga será encontrado, caso não se apresente. "Vai ser pior para ele e para a família, pela vergonha da situação. Está claro que a conduta dos dois administradores induz ao crime", disse Xavier. Pela manhã, policiais civis apreenderam diversos documentos na sede da Administração de Taguatinga.
Em nota oficial, o Governo do Distrito Federal (GDF) esclareceu que "a decisão é exonerar imediatamente os agentes públicos que tiveram prisão temporária decretada". Confira a nota na íntegra:
"É princípio deste governo não pactuar com atos corruptos, nem admitir em seus quadros a permanência de agentes envolvidos em irregularidades.
A operação desencadeada pelo GAECO, do MPDFT e pela DECO, da Polícia Civil do DF, tem o total apoio desta gestão e está sendo feita em sintonia com os princípios norteadores da transparência exigida por nós. É decisão deste governo exonerar imediatamente os agentes públicos que tiveram prisão temporária decretada.
Caso haja outros servidores públicos relacionados à questão, serão imediatamente afastados, para evitar qualquer obstáculo às investigações. O Governo do Distrito Federal está colaborando, em todos os níveis, com a apuração dos fatos em conjunto com o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios e Polícia Civil - DF".
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